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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

NOBEL DE FÍSICA DEFENDE TELESCÓPIO QUE PODERÁ SER CANCELADO


Imagens artística do telescópio James Webb projeto milhionário que pode não ser concluido
O astrônomo americano Adam Riess, agraciado nesta terça-feira, assim como outros dois cientistas, com o Nobel de Física, defendeu em entrevista a construção do telescópio espacial James Webb. 

O equipamento, que substituiria o Hubble, sofre ameaça de ser cancelado pelo Congresso americano devido ao alto custo do projeto. 

Reiss afirmou que o telescópio espacial Hubble foi crucial para sua pesquisa e espera que um projeto em andamento da Nasa para construir outro mais potente, o multimilionário telescópio espacial James Webb, lance mais luz sobre a natureza do universo. 

"Nós nos esforçamos teoricamente para entendê-lo, assim usamos telescópios como o Hubble agora e espero que o telescópio espacial James Webb algum dia para obter as melhores pistas que pudermos sobre a natureza da energia escura", disse. 

Riess não conseguiu dormir na véspera do anúncio do prêmio, não porque estivesse ansioso para ganhar, mas porque seu filho de 10 meses demorou em cair no sono. "Ele não dormiu muito bem toda a noite e me manteve acordado porque se movimentava de um lado para outro", contou Riess depois de saber que era um dos três ganhadores da mais alta distinção da Física. 

"Acho que deve ter sido por volta das duas ou três da manhã quando o telefone tocou. Estava muito desorientado", disse. Sua reação foi de descrença. "Sim, eu não pude acreditar. Fiquei chocado", acrescentou. A incredulidade, aliás, tem sido um tema recorrente para este cientista de 41 anos, após descobrir há mais de uma década que a expansão do universo se acelera e não se desacelera, como a maioria acreditava. 

Em 1998, Riess e seu colega americano Brian Schmidt trabalhavam na Universidade da Califórnia em Berkeley, geograficamente abaixo de uma equipe concorrente, chefiada por Saul Perlmutter, do Lawrence Berkeley National Laboratory. 

Os dois grupos analisavam dados de um telescópio e competiam não só para serem os primeiros a ter um resultado conclusivo, mas também para que este resultado fosse correto. 

Mediante o estudo de dezenas de supernovas distantes ou explosões estelares, descobriram que a luz das estrelas prestes a morrer era mais fraca do que o esperado, o que significa que estavam mais longe do que se pensava. 

Isto quer dizer que o universo estava se expandindo a um ritmo acelerado depois do Big Bang que o criou, há 13,7 bilhões de anos. Em um primeiro momento, Riess estava convencido de que tinha que estar errado. 

"Todo mundo sabia que se supunha que o universo estava desacelerando e não acelerando", disse. "Levou semanas para que tudo fosse revisado para nos assegurarmos de que não era um erro estúpido. Depois de algumas semanas, não pude encontrar nada que parecesse errado", acrescentou. 

Seu colega, Schmidt, também não pôde. Então, as duas equipes - o High-Z Supernova Search Team deles e o Supernova Cosmology Project liderado por Perlmutter - souberam que ambos estavam vendo a mesma coisa. "Aí ficou emocionante porque todos começamos a pensar que isso podia estar certo", acrescentou. 

Nesta terça-feira, Riess, Schmidt e Perlmutter foram nomeados ganhadores do Prêmio Nobel de Física 2011 por suas descobertas. A metade das 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,48 milhão) do prêmio será destinada a Perlmutter e a outra metade será compartilhada entre Schmidt e Riess. 

Riess, que é casado e também tem uma filha pequena, faz malabarismos para compatibilizar a paternidade e o trabalho. Agora, está dedicado a pesquisar os mistérios que a sua descoberta gerou. "Na verdade, fizemos uma pergunta maior do que a que respondemos", disse Reiss, professor de astronomia e física da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, Maryland (leste). 

"Descobrimos que o universo está acelerando e cheio de energia escura, mas a pergunta que fazemos é: 'o que é a energia escura?' Não entendemos sua física", disse. "Parece viver no nexo entre a mecânica quântica e a relatividade em geral, duas das nossas grandes teorias da física, mas bem neste nexo em que não funcionam juntas", acrescentou.
 


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