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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TELESCÓPIO REGISTRA ESTRELA GIGANTE: MIL VEZES MAIOR QUE O SOL

Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) utilizaram o Very Large Telescope para obter imagens de uma estrela colossal pertencente a uma das mais raras classes de estrelas no universo, as hipergigantes amarelas. 

Esta nova imagem é a melhor já obtida para uma estrela hipergigante. Foto: ESO/Divulgação
Esta nova imagem é a melhor já obtida para uma estrela desta classe e mostra pela primeira vez uma enorme concha dupla de poeira a rodear a hipergigante central. A estrela e a sua concha parecem-se com a clara de um ovo em torno da gema central, o que levou os astrônomos a darem-lhe o nome de Nebulosa do Ovo Frito. 

A estrela monstruosa, conhecida pelos astrônomos como IRAS 17163-3907 tem um diâmetro cerca de mil vezes maior que o do Sol. A uma distância de cerca de 13 mil anos-luz da Terra, é a hipergigante amarela mais próxima de nós encontrada até hoje e as novas observações mostram que brilha cerca de 500 mil vezes mais intensamente do que o Sol. 

"Sabia-se que este objeto brilhava intensamente no infravermelho mas, surpreendentemente, ninguém o tinha ainda identificado como uma hipergigante amarela", disse Eric Lagadec, líder da equipa que produziu estas novas imagens. 

As observações da estrela e a descoberta das suas conchas envolventes foram feitas pela câmara infravermelha VISIR. As imagens obtidas são as primeiras que mostram claramente o material que rodeia a estrela e revelam claramente duas conchas quase perfeitamente esféricas. 

Se a Nebulosa do Ovo Frito fosse colocada no centro do Sistema Solar, a Terra ficaria bem no interior da própria estrela e o planeta Júpiter orbitaria por cima da sua superfície. A concha muito maior que envolve a estrela englobaria todos os planetas, planetas anões e ainda alguns dos cometas que orbitam muito além da órbita de Netuno. A concha exterior tem um raio 10 mil vezes maior que a distância da Terra ao Sol. 

As hipergigantes amarelas estão numa fase extremamente ativa da sua evolução, sofrendo uma série de eventos explosivos - esta estrela ejetou já quatro vezes a massa do Sol em apenas algumas centenas de anos. O material ejetado durante estas explosões formou a extensa concha dupla da nebulosa, a qual é constituída por poeira rica em silicatos misturada com gás. 

Esta atividade mostra igualmente que a estrela deverá sofrer brevemente uma morte explosiva - será uma das próximas explosões de supernova na nossa Galáxia. As supernovas fornecem ao meio interestelar circundante muitos químicos necessários e as ondas de choque resultantes podem dar origem à formação de novas estrelas.

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