MARAVILHA DO UNIVERSO

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Contemple a Maravilha do Universo

domingo, 30 de agosto de 2015

OBSERVAÇÕES DA NASA ENCONTRA POSSÍVEL PLANETA IDÊNTICO A TERRA

planeta irmão gêmeo da Terra
 O mais parecido já visto na Galáxia, planeta irmão gêmeo da Terra. Pode não ser gêmeo exato da Terra, mas é um primo muito próximo...
"Este é possivelmente o primeiro planeta rochoso habitável em torno de uma estrela do tipo da nossa", disse Jeff Coughlin, cientista investigador do Kepler e do instituto SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre). "Nós chegamos mais perto de encontrar um verdadeiro gêmeo da Terra", ele acrescentou. "Nós não encontramos ainda, mas cada passo é importante porque mostra que estamos chegando cada vez mais perto. E este planeta atual, o Kepler-452b, é realmente o mais próximo de todos."
O Telescópio Espacial Kepler, da NASA, detectou o planeta extraterrestre mais parecido com a Terra já descoberto. Nomeado Kepler-452b, esse exoplaneta é apenas um pouco maior do que o nosso, e orbita uma estrela como o Sol, aproximadamente na mesma distância que a Terra orbita o Sol.
ilustração artística de Kepler-452b, planeta igual a Terra
Ilustração artística da superfície do exoplaneta Kepler-452, planeta igual a Terra Créditos: SETI   Os cientistas descobriram outros exoplanetas potencialmente habitáveis, mas esses achados anteriores orbitavam anãs vermelhas, estrelas muito menores e mais frias que o Sol.
Conheça Kepler-452b, o planeta gêmeo mais próximo da Terra
Kepler-452b encontra-se a 1.400 anos-luz de distância, e é o único planeta conhecido em seu sistema. É cerca de 60% maior do que a Terra, e tudo indica ser um corpo rochoso, disseram os pesquisadores. Além disso, Kepler-452b é provavelmente cerca de 5 vezes mais massivo que o nosso, fazendo com que ele seja uma "Super Terra". Os pesquisadores disseram que é provável que ele tenha uma atmosfera densa, muita água e vulcões ativos.
Esse exoplaneta recém-descoberto completa uma órbita ao redor de sua estrela a cada 385 dias, portanto seu ano é apenas alguns dias mais longo do que o nosso. A estrela que hospeda esse planeta é apenas 10% maior e 20% mais brilhante do que a nosso Sol.
orbita de Kepler-452b comparada com o Sistema Solar
Comparação da órbita de Kepler-452b em torno de sua estrela e dos planetas interiores do Sistema Solar em torno do Sol. Créditos: NASA / JPL-Caltech
"Seria como estar em casa, pois experimentaríamos a visão do Sol parecida com a que temos na Terra", disse Jon Jenkins, pesquisador da NASA, analista de dados do Kepler e líder da equipe que descobriu o exoplaneta Kepler-452b.
Mas como sempre, existem suas diferenças: a estrela desse exoplaneta é ligeiramente mais velha que a nossa, com 6 bilhões de anos de existência, diferente dos 4,5 bilhões do Sol. "É inspirador pensar que esse exoplaneta já está a 6 bilhões de anos na zona habitável de sua estrela", disse Jenkins em um comunicado oficial. "Isso é a oportunidade para a vida a surgir, portanto esse planeta pode ter todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida". Além do mais, já imaginou como poderia estar a Terra daqui a 1,5 bilhão de anos? Como estaria a vida por aqui? O exoplaneta Kepler-452b pode ter essa resposta, isso porque ele também pode ser muito parecido com o futuro da Terra, afinal, ele é 1,5 bilhão de anos mais velho.
A existência de Kepler-452b foi anunciada com o lançamento do mais recente catálogo Kepler, que inclui 521 novos candidatos a exoplanetas. Onze dos 521 candidatos recém-descobertos têm tamanho menor do que o dobro do tamanho da Terra, assim como Kepler-452b, e residem na zona habitável de suas estrelas hospedeiras.
comparação da Terra e do Sol com o planeta Kepler-452b e sua estrela
comparação da Terra e do Sol com o planeta Kepler-452b e sua estrela
Ilustração artística mostra a diferença da Terra e do Sol (esquerda) com o exoplaneta Kepler-452b e sua estrela (direita). Créditos: NASA / Ames / JPL-CaltechO total de potenciais exoplanetas de Kepler até agora é de quase 5.000, sendo que 1.030 desses achados já foram confirmados.
Durante a sua missão original, o Telescópio Espacial Kepler já observou mais de 150.000 estrelas à procura de exoplanetas, e analisar todos esses dados leva tempo. A missão Kepler de 600 milhões de dólares busca entender o quão comum são os planetas como a Terra em toda a nossa Galáxia.
As análises de observações do Kepler sugerem que cerca de 20% das estrelas da Via Láctea abrigam pelo menos um planeta rochoso em sua zona habitável, mas esse número será revisto e refinado com estudos adicionais, disseram os pesquisadores.
Fonte: NASA / Kepler
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / SETI / NASA / Ames / JPL-Caltech

terça-feira, 25 de agosto de 2015

OBSERVAÇÕES COM ALMA REGISTRAM FORMAÇÕES DE GALÁXIAS NO UNIVERSO PRIMORDIAL


Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) foram detectadas as nuvens de gás de formação estelar mais distantes observadas até hoje em galáxias normais no Universo primordial. 
As novas observações permitem aos astrônomos começar a ver como é que as primeiras galáxias se foram construindo e como é que limparam o nevoeiro cósmico durante a era da reionização. Esta é a primeira vez que tais galáxias são observadas com melhor detalhe do que simples manchas tênues.
Quando as primeiras galáxias se começaram a formar algumas centenas de milhões de anos depois do Big Bang, o Universo estava cheio de um nevoeiro de hidrogênio gasoso. Mas à medida que mais e mais fontes brilhantes —  tanto estrelas como quasares alimentados por enormes buracos negros — começaram a brilhar, este nevoeiro foi desaparecendo tornando o Universo transparente à radiação ultravioleta. Os astrônomos chamam a este período a época da reionização, no entanto pouco se sabe acerca destas primeiras galáxias e, até agora, apenas se tinham observado como manchas tênues. Estas novas observações obtidas com o poder do ALMA estão a mudar esta realidade.
Uma equipe de astrônomos liderada por Roberto Maiolino (Cavendish Laboratory e Kavli Institute for Cosmology, University of Cambridge, Reino Unido) apontou o ALMA a galáxias que se sabia estarem a ser observadas a cerca de apenas 800 milhões de anos depois do Big Bang. Os astrônomos não estavam à procura da radiação emitida pelas estrelas, mas sim do fraco brilho do carbono ionizado emitido pelas nuvens de gás a partir das quais se formam as estrelas. A equipa pretendia estudar a interação entre uma geração de estrelas jovem e os frios nós de gás que se estavam a formar nestas primeiras galáxias.
A equipe também não estava à procura de objetos raros extremamente brilhantes — tais como quasares e galáxias com elevada taxa de formação estelar — que tinham sido observados anteriormente. Em vez disso, o trabalho concentrou-se em galáxias muito mais comuns, galáxias que reionizaram o Universo e se transformaram na maior parte das galáxias que vemos hoje à nossa volta.
Vindo de uma das galáxias — chamada BDF2399 — o ALMA captou um sinal fraco mas claro de carbono brilhante. No entanto, este brilho não vinha do centro da galáxia, mas sim de um dos lados.
A co-autora Andrea Ferrara (Scuola Normale Superiore, Pisa, Itália) explica a importância desta nova descoberta: “Trata-se da detecção mais distante deste tipo de emissão de uma galáxia “normal”, observada a menos de um bilhão de anos depois do Big Bang, o que nos dá a oportunidade de observar a formação das primeiras galáxias. Estamos a ver pela primeira vez galáxias primordiais não como pequenos pontos, mas como objetos com estrutura interna!”
Os astrônomos pensam que a localização deslocada do centro desta emissão deve-se ao fato das nuvens centrais estarem a ser desfeitas pelo meio inóspito criado pelas estrelas recém formadas — tanto pela sua radiação intensa como pelos efeitos de explosões de supernova — enquanto o carbono está a traçar gás frio recente que está a ser acretado do meio intergalático.
Ao combinar as novas observações ALMA com simulações de computador foi possível compreender em detalhe processos chave que estão a ocorrer no seio das primeiras galáxias. Os efeitos da radiação emitida pelas estrelas, o sobreviver de nuvens moleculares, o fato da radiação ionizante se escapar e a estrutura complexa do meio interestelar podem agora ser calculados e comparados às observações. A BDF2399 é muito possivelmente um exemplo típico das galáxias responsáveis pela reionização.
“Durante muitos anos tentamos compreender o meio interestelar e a formação das fontes de reionização. Conseguir finalmente testar previsões e hipóteses em dados reais do ALMA é algo extremamente excitante e que nos abre um novo conjunto de questões. Este tipo de observação clarificará muitos dos difíceis problemas que temos tido com a formação das primeiras estrelas e galáxias no Universo,” acrescenta Andrea Ferrara.
Roberto Maiolino conclui: “Este estudo teria sido simplesmente impossível sem o ALMA, uma vez que nenhum outro instrumento consegue atingir a sensibilidade e resolução espacial necessárias. Embora esta seja uma das observações mais profundas do ALMA realizada até agora, estamos ainda longe de atingir todas as capacidades deste telescópio. No futuro o ALMA fará imagens da estrutura fina das galáxias primordiais, mostrando em detalhe a formação das primeiras galáxias.”

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

BRASILEIROS DESCOBREM PLANETA IGUAL A JÚPITER EM ESTRELA IGUAL AO SOL

brasileiros descobrem planeta igual a Júpiter em estrela igual ao Sol
- Poderia haver um planeta igual a Terra entre eles?
Utilizando o telescópio de 3,6 metros do Observatório Europeu do Sul (ESO), uma equipe internacional de astrônomos liderada por brasileiros detectou um planeta muito parecido com Júpiter, orbitando uma estrela do tipo do Sol, HIP 11915, e ainda por cima na mesma distância que Júpiter orbita o Sol.
De acordo com a teoria atual, um planeta gigante como Júpiter funciona como um escudo para os planetas interiores, desempenhando um papel importante na arquitetura dos sistemas planetários. A existência de um planeta igual a Júpiter, orbitando uma estrela igual ao Sol, na mesma distância que acontece aqui em nosso Sistema Solar, abre as portas para uma possibilidade incrível: esse sistema planetário pode ser igual ao nosso, portanto, um planeta igual a Terra pode existir alí.
De acordo com as teorias aceitas até o momento, a existência de Júpiter foi crucial para o desenvolvimento da vida na Terra, isso por conta de sua influência gravitacional exercida desde os primórdios do Sistema Solar. Isso nos leva a crer que encontrar um um planeta gêmeo de Júpiter é um grande passo para encontrarmos um sistema semelhante ao nosso.
A equipe, liderada por brasileiros tem observado estrelas do tipo do Sol na tentativa de detectar um sistema planetário parecido com o nosso. Com o auxílio do HARPS, um dos instrumentos mais precisos para detectar exoplanetas, montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, no Chile, essa busca trouxe resultados fantásticos.

Telescópio de 3,6 metros do ESO, no Chile
Telescópio de 3,6 metros do ESO, no Chile,Observatório La Silla, no Chile e seu telescópio de 3,6 metros, com o centro da Via Láctea no céu. Créditos: ESO / S. Brunier
Embora a maioria dos exoplanetas detectados sejam parecidos com Júpiter, nenhum deles orbitava uma estrela do tipo do Sol a uma distância igual aquela que Júpiter orbita o Sol, portanto, esse é o análogo mais preciso do sistema Sol - Júpiter.
A estrela hospedeira desse planeta extrassolar, a HIP 11915, além de ser do tipo do Sol, ela tem a mesma aproximadamente a mesma idade. outro fato importante é que suas composições são basicamente as mesmas, e sua assinatura química indica a existência de planetas rochosos interiores. A estrela HIP 11915 encontra-se a uma distância de 186 anos-luz, na constelação da Baleia.
planeta igual a Júpiter- constelação da Baleia
Em vermelho vemos a localização da estrela HIP 11915, que hospeda um planeta igual a Júpiter.
Créditos: ESO

De acordo com Jorge Melendez, da Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, líder da equipe e co-autor do artigo científico que descreve estes resultados, “a busca por uma Terra 2.0 e de um Sistema Solar 2.0 completo, é um dos maiores esforços da Astronomia. Estamos muito entusiasmados por fazer parte desta investigação de vanguarda, que é possível por conta da infraestrutura observacional do ESO.”
De acordo com a Dra. Megan Bedell, da Universidade de Chicago (autora principal do artigo científico), estamos finalmente encontrados sistemas similares ao nosso, após duas décadas de buscas. "E isso é graças aos instrumentos "caçadores de planetas", como o HARPS, por exemplo", comentou Megan.
Durante a próxima fase de pesquisas, os cientistas farão observações para entender melhor o sistema da estrela HIP 11915, que é até agora um dos sistemas planetários mais parecidos com o nosso...
Fonte: ESO / Wikipedia
Imagens: (capa-ilustração / ESO) / ESO / S. Brunier

sábado, 15 de agosto de 2015

ENCONTRADO UM SISTEMA ESTELAR COM CINCO ESTRELAS COMPLETAMENTE DIFERENTE DE TUDO QUE JÁ VIMOS ANTES

sistema com 5 estrelas
 A cada dia, o Universo nos revela algo diferente daquilo que conhecíamos...
Um sistema de cinco estrelas extremamente raro foi encontrado no espaço, e segundo os astrônomos, trata-se do primeiro do seu tipo. Ele é único por ter dois pares de estrelas em órbita relativamente próximas em torno de um centro comum de gravidade, e uma quinta estrela perto de um dos pares. Enquanto outros sistemas estelares quíntuplos já foram vistos anteriormente, esse é único, pois nuna antes foram observadas estrelas tão próximas.
A descoberta foi apresentada no Encontro Nacional de Astronomia do Reino Unido em Llandudno, País de Gales, e foi feito pelo projeto SuperWASP (Wide Angle Pesquisar Planets), que registra imagens de todo o céu a cada poucos minutos, usando câmeras nas Ilhas Canárias e África do Sul. O sistema de 5 estrelas recebeu o título de 1SWASP J093010.78 + 533.859,5, e está localizado a 250 anos-luz da Terra, na constelação de Ursa Maior.
Duas das estrelas binárias orbitam muito próximas, a uma distância menor do que o diâmetro do Sol, tanto é que elas compartilham suas atmosferas (conhecidas como binárias de contato). O outro par de estrelas estão separadas uma da outra por 3 milhões de quilômetros, e são binárias de eclipse, onde a órbita das estrelas quando vistos da Terra causa trânsito constantes.

Constelação de Ursa Maior vista do Brasil
Constelação de Ursa Maior vista do Brasil
A constelação da Ursa Maior pertence ao hemisfério norte, porém mesmo estando no hemisfério sul, em algumas regiões do Brasil próximas da linha do Equador, é possível observá-la no céu noturno em determinadas épocas do ano. Créditos: STELLARIUM / Galeria do Meteorito     

Estes dois pares que orbitam estão separados por cerca de 21 bilhões de quilômetros, uma distância maior que a órbita de Plutão em torno do nosso Sol, mas os cientistas ficaram surpresos ao encontrar uma quinta estrela a 2 bilhões de quilômetros de um dos grupos. Mais de 80% de todas as estrelas do Universo poderiam ser parte de sistemas binários ou múltiplos, mas este é o primeiro sistema encontrado com essa configuração específica, com duas binárias que orbitam e uma quinta estrela adicional.
Os pesquisadores especulam em seu artigo que as 5 estrelas, apesar de serem menores do que o Sol, podem ter se formado a partir da fragmentação de um único disco grande de poeira e gás. há cerca de 10 bilhões de anos, motivo pelo qual todas as estrelas estão próximas até agora. Os cientistas também não descartaram a possibilidade de que uma ou mais estrelas desse sistema podem ter planetas, que teriam céus muito diferentes daquele temos aqui na Terra, com 5 estrelas no céu.
"Se houvessem habitantes nesses planetas eles veriam um céu de fazer inveja aos criadores dos filmes Guerra nas Estrelas, pois veriam nada menos do que 5 sóis brilhando no céu, com diferentes iluminações e tons, fazendo da paisagem algo extremamente surreal", disse Marcus Lohr, da Universidade de Open. "Os dias teriam variações drásticas nos níveis de luz conforme os eclipses das estrelas aconteciam".
Os pesquisadores continuarão estudando o incrível sistema de cinco estrelas, a fim de entenderem um pouco mais sobre como ele e outros sistemas parecidos surgiram (e ainda surgem) no Universo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

DUAS ESTRELAS ESTÃO VINDO EM DIREÇÃO DO SISTEMA SOLAR AFIRMAM CIENTISTAS

http://www.galeriadometeorito.com/2015/01/duas-estrelas-em-rota-de-colisao-com-terra.html
O perigo não é a colisão, mas sim o que a grande aproximação pode causar
Há uma chance de 90% de que uma estrela irá se aproximar da Terra nos próximos 500 mil anos. Parece muito tempo? Mas acredite: para o Universo isso é um piscar de olhos, e se os cientistas estiverem corretos, ela está vindo "a todo vapor" em nossa direção. Conhecida como Hipparcos 85.605 (ou HIP 85.605) ela é uma estrela anã, e está atualmente a uma distância de 16 anos-luz da Terra.
Coryn Bailer-Jones, do Instituto Max Planck de Astronomia, modelou o passado e o futuro do movimento de 50.000 estrelas usando dados do satélite Hipparcos da Agência Espacial Europeia, que examinou o céu na década de 1990. Ele encontrou 14 estrelas que chegarão a uma distância de 3,26 anos-luz da Terra (um parsec), e 4 outras estrelas que chegarão a apenas 1,6 anos-luz (0,5 parsec).
De todos esses encontros, nenhum chamou tanto a atenção dos cientistas quanto este: o encontro mais próximo parece ser o da estrela HIP 85605, que é uma estrela tipo K (uma anã laranja) ou uma estrela M (uma anã vermelha), na constelação de Hércules. A estrela tem uma probabilidade de 90% de chegar bem próximo da Terra, a uma distância de apenas 0,13 e 0,65 anos-luz, e isso pode acontecer dentro de 240 mil a 470 mil anos!
estrela em rota de colisão com a Terra
Estrela em rota de colisão com a Terra Créditos: NASA / APOD
A segunda estrela que fará a maior aproximação será Gliese 710 (GL 710), uma anã do tipo K7. Atualmente, GL 710 está a uma distância de 63 anos-luz da Terra, na constelação de Ophiucus. Essa estrela anã tem uma chance de 90% de chegar a apenas 0,32 e 1,44 anos-luz da Terra, dentro de aproximadamente 1,3 milhões de anos.
Apesar das estrelas HIP 85605 e GL 710 não representarem um perigo de colisão direta, sua forças gravitacionais poderiam, no entanto, fazer algo bem mais amedrontador do que uma colisão direta. Elas poderão, com o tempo, influenciar gravitacionalmente a Nuvem de Oort no Sistema Solar exterior, e arremessar milhões de cometas em direção ao Sistema Solar interior, que é exatamente onde nós estamos!
"Acho que podemos prever com segurança que as órbitas dos cometas seriam alteradas por esses encontros", comenta Bailer-Jones. Ele diz que uma chuva de cometas e asteróides poderia durar centenas ou milhares de anos por conta de uma passagem de uma estrela. Uma perturbação como essa já aconteceu antes, que segundo cientistas pode ter sido causada por gamma Microscopii, uma gigante G6 que chegou a apenas 1,14 ou 4,37 anos-luz da Terra, a cerca de 3,8 milhões de anos atrás. Coincidência?

Nuvem de Oort
Ilustração artística mostra o Sistema Solar interno (esquerda superior), o
Sistema Solar externo (esquerda inferior) e a Nuvem de Oort (grande e cinza à direita).
Créditos: Wikimedia Commons

E será que alguma dessas estrelas poderá trazer seus planetas nessa viagem? Provavelmente sim, mas não será tão próximo a ponto de colidir conosco, tampouco nos dará a chance de visitá-los (caso ainda estejamos por aqui). De acordo com Bailer-Jones, a sua velocidade ao redor de suas estrelas viajantes seria tão alta que seria mais difícil visitá-los do que fazer uma viagem para sistemas estelares mais distantes.
Bailer-Jones também adverte que algumas das estrelas estudadas na simulação têm "dados questionáveis", de modo que essas estimativas podem sofrer alterações futuramente. "Este estudo é limitado a estrelas que sabemos precisamente quais são suas distâncias e velocidades, ou seja, isso nos limita a estudar estrelas que estejam dentro de algumas dezenas de anos-luz do Sol".
Seus cálculos mostram que cerca de 42 estrelas passam a cerca de 6,4 anos-luz (2 parsec) do Sol a cada 20 milhões de anos, e as estrelas HIP 85605 e GL 710 podem ser as próximas.
O estudo foi divulgado na revista Astronomy & Astrophysics, e está disponível online no site arXiv.
Fonte: Astronomy & Astrophysics
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / APOD / Wikimedia Commons

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

MONTANHAS DE GELO E UMA SUPERFÍCIE RELATIVAMENTE JOVEM SÃO ALGUMAS SURPRESAS DE PLUTÃO

primeira imagem de Plutão após máxima aproximação da sonda New Horizons
A primeira imagem do grande encontro com Plutão é finalmente revelada.  A primeira imagem de Plutão em detalhes
Depois de quase 10 anos de viagem interplanetária, a sonda New Horizons finalmente fez a tão esperada máxima aproximação com o planeta anão Plutão, mas as 4,5 horas que leva para os dados serem transmitidos de Plutão até a Terra parecerem ter durado outra década...
E depois de tanta espera e ansiedade, a primeira imagem de Plutão foi revelada. Agora deu até pra entender o porque de tanta espera, afinal, a resolução e a qualidade da imagem são incríveis!
primeira imagem de Plutão em detalhes
Plutão e suas montanhas de gelo, Primeira imagem do grande encontro entre New Horizons e Plutão mostra detalhes nunca antes vistos. Créditos: NASA / SwRI       
Essa imagem em close-up, feita quando a sonda estava a 77.000 quilômetros de distância de Plutão, mostra uma região próxima do equador. Nela podemos ver uma cadeia de jovens montanhas, sendo que algumas chegam a ter até 3.500 metros de altura, elevando-se acima da superfície de gelo do planeta anão.
primeira imagem de Plutão em detalhes
A imagem de Plutão após máxima aproximação da sonda New Horizons
Região da primeira imagem em detalhe de Plutãoapós o grande encontro. Créditos: NASA / SwRI

As montanhas são relativamente jovens, e acredita-se que elas não tenham mais de 100 milhões de anos (o que é muito pouco se levarmos em conta os 4,5 bilhões de anos do Sistema Solar, como disse o geólogo e geofísico da NASA, Jeff Moore. Moore e seus colegas estimaram a idade dessas montanhas por conta da falta de crateras de impacto na região. Assim como todos os outros corpos do Sistema Solar, Plutão deve ter enfrentado impactos cataclísmicos durante bilhões de anos, além de pequenos impactos de asteroides, cometas e outros corpos menores. Apenas uma atividade geológica recente poderia apagar essas marcas, deixando sua superfície livre de cicatrizes. Portanto, essa é uma das superfícies mais jovens de todo o Sistema Solar!
Apesar da superfície de Plutão estar repleta de gelo de metano e de nitrogênio, esses materiais não seriam suficientes para gerar montanhas tão grandes, portanto, elas devem ser feitas de gelo de água, segundo os pesquisadores.
Apesar de mostrar detalhes fantásticos, a imagem acima não compreende mais do que 1% da superfície de Plutão, que pode estar ativa geologicamente até os dias atuais.
Caronte, o maior satélite de Plutão e seu incrível terreno
Primeira imagem de Caronte após grande encontro com sonda New Horizons
 Imagem de Caronte feita durante o grande encontro entre a sonda New Horizons e Plutão.
Créditos: NASA / SwRI      
 
Claro que a primeira imagem de Caronte, a maior lua de Plutão, também estava sendo aguardada por todos nós. E aí está: Caronte mostra sua superfície jovem e variada. A imagem foi feita no dia 13 de julho de 2015, um dia antes do grande encontro com Plutão, a uma distância de 466.000 km. Penhascos riscam cerca de 1.000 km da superfície de Caronte, e as fraturas em sua crosta denotam atividade geológica ativa. Na parte superior direita, bem na beirada de Caronte, vemos um canyon extremamente grande, que tem de 7 a 9 km de profundidade.
Assim como Plutão, Caronte surpreendeu os cientistas por conta de sua superfície relativamente jovem, e a falta de crateras de impacto, sugerindo mais uma vez atividade geológica. Na região do polo norte, vemos uma paisagem mais escura, que deverá ser analisada conforme novas imagens serão enviadas pela sonda e processadas pela NASA. Como já foi dito antes, a exploração de Plutão e suas luas está apenas começando!