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segunda-feira, 4 de abril de 2016

COMETAS GIGANTES COLIDEM COM A TERRA COM UMA FREQUÊNCIA MAIOR DO QUE IMAGINÁVAMOS

cometas gigantes - cometas centauros

A próxima grande extinção em massa poderia ser ocasionada por um cometa gigante?
Cometas gigantes que se originam nas redondezas dos planetas gigantes gasosos do Sistema Solar representando uma ameaça de colisão com a Terra bem maior do que os asteroides, que se originam mais perto do Sol, segundo novo estudo, publicado na revista Astronomy & Geophysics da Royal Astronomical Society.
Nos últimos vinte anos, os cientistas descobriram centenas de cometas gigantes (conhecidos como Centauros) perto de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. As descobertas são reveladoras.
No momento, nenhum cometa do grupo Centauro representa uma ameaça imediata para a Terra, mas a descoberta dessa população maciça levou um grupo de astrônomos a reavaliar a ameaça desses grandes corpos. Estimativas sugerem que pelo menos um desses cometas gigantes cruzam a órbita da Terra a cada 40.000 ou 100.000 anos, sendo espedaçado e dividido em várias partes que podem vir a colidir com a Terra. Essas colisões podem ser responsáveis ​​por desastres ambientais no passado da
Terra, e podem inclusive estar associadas com a extinção dos dinossauros a 65 milhões de anos atrás.
Lua de Saturno - Phoebe - Cassini - NASA
Lua de Saturno - Phoebe -Créditos: Cassini / NASA
A lua de Saturno, Phoebe, pode ser um cometa gigante do grupo Centauro, que foi capturado pela gravidade de Saturno em algum momento, segundo cientistas.

Os cometas Centauros têm entre 50 e 100 km de diâmetro, e se movem em órbitas instáveis ​​próximo dos planetas gigantes gasosos. Ocasionalmente, a influência gravitacional de um desses planetas pode enviar um cometa gigantesco em direção à Terra.
"Nas últimas três décadas, temos rastreado e analisado os riscos de uma colisão entre um asteroide e a Terra", disse Bill Napier, professor honorário no Centro de Astrobiologia da Universidade de Buckingham na Reino Unido. Napier é o primeiro autor em um artigo que visa reavaliar a ameaça de cometas Centauros para a Terra.
"Nosso trabalho sugere que precisamos olhar além da nossa vizinhança imediata, e olhar para fora, além da órbita de Júpiter para encontrarmos os Centauros", disse Napier. "Se estivermos certos, então estes cometas distantes poderiam ser um perigo grave, e é hora de aceitarmos e entendermos o risco."
"Perturbações graves" conhecidas no ambiente terrestre e a história da evolução de civilizações antigas sugerem que um cometa Centauro deve ter se encontrado com o nosso planeta a cerca de 30.000 anos atrás. Este cometa Centauro teria lançado um aglomerado de detritos que atingiram a Terra. Esses detritos teriam tamanhos entre grãos de areia até alguns quilômetros de diâmetro.
Os pesquisadores apontam para a existência de muitas crateras pequenas em rochas trazidas da Lua pelos astronautas das missões Apollo. Como a Lua não tem atividade geológica, e nem atmosfera, suas crateras ficam muito bem preservadas em sua superfície, e sua história antiga (de colisões, por exemplo) pode ser estudada mesmo após milênios.
As pequenas crateras encontradas em rochas lunares datam de aproximadamente 30.000 anos atrás, sugerindo que um grande cometa pode ter atingido a Terra e a Lua nessa época.
Outras perturbações ambientais aqui na Terra, que datam de 10.000 aC e 2.300 aC, sugerem que cometas Centauros poderiam ter sido os responsáveis por várias mudanças em nosso planeta, durante diferentes períodos de tempo.
Fonte: Astronomy & Geophysics / Royal Astronomical Society
Imagens: (capa-ilustração/AFP) / Cassini / NASA

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